sexta-feira, 12 de abril de 2013

Enquanto professores decretam greve, vereadores discutem execução do Hino nas escolas Docentes não concordam com o aumento de apenas 6% no salário


Em greve, professores assistem indicações de vereadores
O vereador José Rodrigues da Silva (PTB), o Zé da Farmácia, indicou na sessão de quarta-feira (10), o cumprimento da Lei nº 392, de 16 de Junho de 1986. A norma trata da obrigatoriedade da execução do Hino Nacional à Bandeira do Estado do Maranhão e de Imperatriz, nos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus da rede escolar do município.
Parte significativa dos vereadores subscreveu a indicação. Enquanto isso, professores da rede municipal estavam na galeria para anunciar uma greve. Inicialmente, a proposta era um reajuste salarial de 20%. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino de Imperatriz  (Steei), Wilas Moraes, foi enviada uma contra proposta de 18%, mas a Prefeitura manteve a posição de 6%.
Segundo Moraes, a Prefeitura enviou à Câmara Municipal um projeto, em caráter urgente, com a proposta de 6% de aumento salarial para a categoria. Somente os vereadores Carlos Hermes, Aurélio Gomes, João Silva e José Carlos - o Pé de Pato - se manifestaram sobre o assunto. “Uma atitude irresponsável, injusta e antidemocrática... [a Prefeitura] não dialoga com a classe”, avaliou o professor Paulo Maciel. 
“Vamos votar uma Lei e ela terá que ser cumprida. Quem não cumprir, será marginal”, declarou João Silva. Ele informou que a proposta da administração municipal será analisada pela Comissão de Justiça na manhã de segunda-feira (15). O provável é que projeto seja votado pelos vereadores na terça-feira (16).
Já para Carlos Hermes, a Casa representa, mas não substitui a classe trabalhadora. “A decisão da Câmara não forçará o professor a voltar para a sala de aula. Caso o projeto seja aprovado, nós estaremos nos responsabilizando pelo aluno que deixará de ter aula por tempo indeterminado”, acrescentou.
Aurélio Gomes disse achar a proposta do Poder Municipal “vergonhosa”. “Os professores precisam do salário, que é uma miséria. Enquanto não valorizarmos a educação, a cidade não vai crescer”, defendeu.
Por outro lado, José Carlos, acredita que a carga horária dos professores não permite laços de “afetividade” com os alunos. “13 horas por semana, só dá um dia de trabalho. Depois vai querer ganhar sem trabalhar”, falou o vereador. Professores na galeria protestaram. “E vocês, trabalham três dias na semana e tem afetividade com o povo?”, disse Edicléssia Silva.
O vereador seguiu o seu discurso afirmando que com essa carga horária “nem eles [professores] aprendem”. A galeria novamente se manifestou. “Que é isso? Você não pode falar isso, vereador. Nós somos formados. Nós estudamos para isso! Nós estudamos para formar vocês”, reivindicou Silva.