Em greve, professores assistem indicações de vereadores
O vereador José Rodrigues da Silva (PTB), o Zé da
Farmácia, indicou na sessão de quarta-feira (10), o cumprimento da Lei
nº 392, de 16 de Junho de 1986. A norma trata da obrigatoriedade da
execução do Hino Nacional à Bandeira do Estado do Maranhão e de
Imperatriz, nos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus da rede
escolar do município.
Parte significativa dos vereadores subscreveu a
indicação. Enquanto isso, professores da rede municipal estavam na
galeria para anunciar uma greve. Inicialmente, a proposta era um
reajuste salarial de 20%. De acordo com o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino de Imperatriz (Steei), Wilas
Moraes, foi enviada uma contra proposta de 18%, mas a Prefeitura
manteve a posição de 6%.
Segundo Moraes, a Prefeitura enviou à Câmara
Municipal um projeto, em caráter urgente, com a proposta de 6% de
aumento salarial para a categoria. Somente os vereadores Carlos Hermes,
Aurélio Gomes, João Silva e José Carlos - o Pé de Pato - se manifestaram
sobre o assunto. “Uma atitude irresponsável, injusta e
antidemocrática... [a Prefeitura] não dialoga com a classe”, avaliou o
professor Paulo Maciel.
“Vamos votar uma Lei e ela terá que ser cumprida.
Quem não cumprir, será marginal”, declarou João Silva. Ele informou que a
proposta da administração municipal será analisada pela Comissão de
Justiça na manhã de segunda-feira (15). O provável é que projeto seja
votado pelos vereadores na terça-feira (16).
Já para Carlos Hermes, a Casa representa, mas não
substitui a classe trabalhadora. “A decisão da Câmara não forçará o
professor a voltar para a sala de aula. Caso o projeto seja aprovado,
nós estaremos nos responsabilizando pelo aluno que deixará de ter aula
por tempo indeterminado”, acrescentou.
Aurélio Gomes disse achar a proposta do Poder
Municipal “vergonhosa”. “Os professores precisam do salário, que é uma
miséria. Enquanto não valorizarmos a educação, a cidade não vai
crescer”, defendeu.
Por outro lado, José Carlos, acredita que a carga
horária dos professores não permite laços de “afetividade” com os
alunos. “13 horas por semana, só dá um dia de trabalho. Depois vai
querer ganhar sem trabalhar”, falou o vereador. Professores na galeria
protestaram. “E vocês, trabalham três dias na semana e tem afetividade
com o povo?”, disse Edicléssia Silva.
O vereador seguiu o seu discurso afirmando que com
essa carga horária “nem eles [professores] aprendem”. A galeria
novamente se manifestou. “Que é isso? Você não pode falar isso,
vereador. Nós somos formados. Nós estudamos para isso! Nós estudamos
para formar vocês”, reivindicou Silva.